A tecnologia pode ser uma grande aliada na hora de criar jogos e atividades interativas com os alunos. Seja para desenvolver aulas mais criativas, como também para estimular a autoria de crianças, adolescentes e jovens. Mas, diante de tantas ferramentas digitais, como escolher aquelas que melhor se adaptam ao contexto da sala de aula? O que levar em conta para fazer uma boa curadoria?
Para o professor Doug Alvoroçado, consultor educacional e coordenador de Inovação e Tecnologia da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, é fundamental ter intencionalidade pedagógica ao selecionar uma nova ferramenta. “Durante o planejamento da aula, é muito importante conseguir mapear, para além do conteúdo, quais são as habilidades e competências que se espera alcançar. Cada ferramenta pode ser direcionada para desenvolver alguma habilidade. Um jogo da memória, por exemplo, para além do conteúdo, pode exercitar a memorização de conteúdos novos”, exemplifica.
“Escolher uma boa ferramenta ajuda o docente a economizar tempo e dar sustentabilidade ao trabalho”, complementa.
Com jogos educacionais, recursos interativos e ferramentas para construção de animações ou vídeos, os educadores podem trazer mais ludicidade para as suas aulas, ampliando o engajamento dos estudantes. “Educação e entretenimento podem e devem ser aliados para fomentar o ensino, e a tecnologia pode casar bem estas partes”, indica o professor, que é reconhecido com as certificações Google Innovator, Microsoft Expert e Apple Teacher.
Em Pinhal da Serra, no interior do Rio Grande do Sul, a professora Giovana Picolo também tem trabalhado com diferentes ferramentas para criar atividades interativas e tornar suas aulas mais divertidas. “A tecnologia está no nosso cotidiano. Os alunos gostam muito de jogar, e penso que o jogo faz com que desenvolvam o raciocínio lógico”, afirma. De acordo com ela, ao fazer a curadoria de recursos digitais, também é preciso levar em conta os interesses dos estudantes. ”Eu vejo o tipo de atividade que eles mais gostam e procuro criar em cima delas sempre”, conta. “Levo em conta a paixão que vejo nos olhos deles. Se o olho brilha, é sinal de que ele gosta, e você pode criar outras parecidas”, garante.
A professora também recomenda que o nível da turma seja levado em consideração na hora de escolher as ferramentas. “Sempre observo o nível da turma e vejo o que eles têm condições de fazer”, afirma. Outra dica, segundo ela, é testar tudo antes de aplicar nas aulas. “Às vezes é um pouquinho mais difícil, mas precisamos ter persistência e ensinar na medida em que observamos o que eles podem fazer. Eles são muito tecnológicos.”
Nas suas aulas, na área de linguagens, Giovana costuma trabalhar muito com formulários para criar atividades interativas no estilo RPG (jogo de interpretação ou narrativos, em tradução livre). Com eles, os estudantes partem de uma narrativa e podem construir uma história em conjunto. “Eu vou adequando o meu conteúdo e também ajudo os estudantes a criarem seus próprios jogos. Isso é protagonismo. Eles criam jogos, e a gente joga junto.”
A partir das experiências dos educadores com jogos e atividades interativas, confira algumas sugestões de ferramentas para utilizar nas suas aulas:
O aplicativo norueguês, disponível para uso em português, permite criar quizzes, desafios e jogos personalizados com os alunos. A ferramenta, que faz sucesso entre estudantes e professores, também traz sugestões de atividades para trabalhar socioemocionais, ciências, matemática, curiosidades, entre outros assuntos.
Com o Scratch é possível construir jogos, animações e histórias interativas, além de compartilhar criações com outras pessoas da comunidade. O projeto foi desenvolvido pelo grupo Lifelong Kindergarten, do MIT Media Lab, para incentivar que crianças e adolescentes aprendam de forma criativa, sistemática e em equipe, enquanto desenvolvem habilidades essenciais para a vida no século 21.
Excelente para a criação de quizzes, a ferramenta pode ser utilizada para ajudar a gamificar aulas, de forma semelhante ao Kahoot!. Também existe a opção de criar competições entre múltiplos jogadores, que pontuam na plataforma conforme respondem aos questionários interativos.
A ferramenta gratuita de design possibilita a criação de tabuleiros, jogos, cenários, planos de aula, infográficos, cartazes, vídeos e uma série de recursos para serem utilizados nas aulas. Para professores e alunos de escolas elegíveis, os recursos da versão premium estão disponíveis sem custo.
Gratuita para professores, a ferramenta online permite criar e compartilhar aplicativos com exercícios, jogos e atividades. Além de contar com uma série de atividades prontas, que podem ser remixadas, a plataforma permite criar atividades do zero.
A plataforma online permite a criação de jogos e de atividades educativas. Fácil de usar, ela também pode ser acessada em diferentes dispositivos, como computadores, tablets e smartphones. Com o auxílio de uma ferramenta de análise, os professores também podem acompanhar o desempenho dos alunos nas atividades desenvolvidas.
Autora: Marina Lopes
* Conteúdo produzido e editado pelo Porvir.
